Ao fazer uma busca simples na Internet pelo significado da palavra República, surgiu rapidamente o resultado abaixo:
1.forma de governo em que o Estado se constitui de modo a atender o interesse geral dos cidadãos.
2.jur forma de governo na qual o povo é soberano, governando o Estado por meio de representantes investidos nas suas funções em poderes distintos.
Na teoria, é uma forma de governo que atende aos cidadãos tendo em vista que são estes que escolhem seus representantes, aqueles que intercedem pelos interesses de seus eleitores. Na prática, não funciona muito bem... Não é de hoje que aqueles que alcançam tal posição querem apenas trabalhar em causa própria, enriquecendo lícita ou ilicitamente, projetando-se para posições e cargos mais elevados em busca cada vez mais de status, poder e dinheiro. Em parte a culpa é do próprio cidadão que ou não se interessa pelo que seu candidato fez, faz ou fará, de modo que não o acompanha, ou vende seu voto por migalhas, mesquinharia que garante algum benefício pessoal, nunca o coletivo.
No entanto, parte da culpa encontra-se naquele que decide em causa própria. Aquele que foi eleito pelo voto popular tem a responsabilidade de o representar bem e, quando decide não o fazer, deve ser investigado e punido se for julgado e considerado culpado. Mas no país do Carnaval, não existem culpados... apenas bons servidores do povo injustamente difamados...
Esta devia ser a forma de governo que garante a voz e a participação populares. Temos, sim, liberdade de expressão, mas há muito o povo tem gritado, clamado, lutado e não tem sido ouvido. Por mais manifestações que se faça, os interesses dos opressores estão sobre a mesa, e são estes que são sempre considerados.
Ouvi, com tristeza e lágrimas nos olhos, a notícia de um professor que, sem condições de sustentar a própria família, decidiu pedir esmolas no sinal de trânsito. Este profissional que tanto estudou e batalhou por sonhos seus e de outros, vê hoje sua situação financeira se deteriorar com uma dívida de quase 20 mil reais, por não receber o que lhe cabe por direito; seu salário. Das esmolas que recebe, retira o dinheiro da passagem para ir trabalhar, por acreditar no que faz, por amor à educação, para não abandonar as crianças. A pergunta que faço é: quem está governando em prol dos interesses desse professor? Ou dos meus interesses? Ou dos seus? Estamos abandonados, jogados à própria sorte. Não vivemos em uma República. Vivemos a ditadura dos opressores, dos corruptos. Vivemos a ditadura do medo. Aliás, não vivemos; apenas sobrevivemos. Enquanto eles têm em dia seus vencimentos e benefícios, o pouco que temos tem sido retirado. Somos nós os que ficamos sem dinheiro, sem trabalho, sem liberdade. Trancados em nossas casas, em nossas vidas enquanto eles riem de nós.
Atualmente, o voto é uma armadilha além de um direito. Somos obrigados a escolher entre o seis e a meia dúzia. Nenhum deles está de fato interessado em governar para o povo. Cada um deles tem sua expectativa e, com os anos, vemos que o avanço é pessoal. Eles se fortalecem contra nós cada vez mais, enquanto vamos ficando acuados, brigando uns com os outros por ideologias que não tem levado o povo a lugar nenhum. É um projeto político muito simples: alcançamos o poder, emburrecemos o povo, retiramos tudo e permanecemos eternamente no poder.
Neste feriado, dia em que deveríamos comemorar a Proclamação da República, não há nada a comemorar. O povo perdeu investimentos em educação, em saúde e diversas áreas; o povo vê escândalos de corrupção nos jornais o tempo todo. Esquemas são descobertos e aconteciam há muitos anos, décadas. E estamos em casa. É mais um feriado, que bom! Para alguns o dia de tomar umas cervejas com os amigos; para outros o dia do futebol. Há ainda os que vão à praia, ao shopping, ao cinema... Cada um faz o que gosta. Cada um vai para um lado. A nação permanece onde está, parada. Ou pior, vai regredindo. Fazendo-nos voltar para épocas que não gostaríamos sequer de recordar.
É por isso que, mesmo sendo evangélica, prefiro os chamados feriados santos; pois somente na fé podemos encontrar os que advogam por nossa causa. Por aqui, o que vemos é ambição desmedida, falta de escrúpulos e vergonha na cara daqueles que com falinha mansa enganam muitos cidadãos.
Até a próxima semana!
Texto inicialmente publicado como nota em minha página do Facebook em 15 de novembro de 2017.
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