Despedidas





As pessoas não nasceram com uma programação para despedidas. Não estamos preparados para perder alguém. Por mais que afirmemos, nunca estamos.

Neste final de semana, assisti novamente ao filme "Sobre meninos e lobos". Numa das cenas do filme, o personagem de Sean Penn conta ao policiais interpretados por Laurence Fishburne e Kevin Bacon sobre a última vez que viu sua filha. A moça de 19 anos, que foi encontrada morta horas antes, pensava em viajar para Las Vegas e, em seus momentos finais com o pai, despediu-se dele e o olhou de maneira diferente. Ela achava que estava se despedindo, mas que sua história continuaria. Ele não fazia ideia dos planos da filha. O olhar.

Há muitos anos atrás, um amigo muito querido, missionário, viajou com sua então esposa na época para outro estado. Quando nos despedimos dele, não fazíamos ideia. Ele voltou algumas vezes dessas viagens para contar sobre seu trabalho. Mas na última vez que nos vimos, nunca imaginei que seria a última de fato. Ele que tinha uns 35 ou 36 anos, teve um infarto fulminante e nunca retornou.
Muita coisa pode acontecer durante as 24 horas do dia. Muito pode acontecer durante os dias da semana. Não podemos dizer com precisão o "quando". Não sabemos. Só o que sabemos é o que sentimos e pensamos.

Eu não tenho o hábito de dizer com frequência "eu amo você". Como prática que sou, penso que demonstrar é muitas vezes melhor do que falar, uma vez que muitos falam e realmente não sentem. Mas quando sentimos, falar é importante sim, pois não sabemos se esta será a última vez, o último "eu te amo".

Despedidas são sempre difíceis. Quero, a partir de agora, cuidar para que a última coisa que eu diga para aqueles que amo seja um "tchau", ou "até logo" acompanhado de um "amo você". Até porque, na maioria das vezes, é de fato um até logo. Aqui ou na eternidade.

Dedico este texto a amigos queridos que se despediram há pouco de alguém muito amado.


Texto inicialmente publicado como nota em minha página do Facebook em 29 de agosto de 2017.

Alimentação e Saúde





Desde que completei 30 anos (sério, não faz muito tempo, rsrsrs) tenho andado preocupada com os alimentos que consumo. Sempre ouvimos que uma alimentação balanceada contribui para o bom funcionamento do organismo, um corpo saudável. Mas, quando somos jovens, não enxergamos o futuro - nem entendemos muito bem o conceito de amanhã - e fazemos tudo o que nos dá na telha, incluindo se entupir de porcarias. Alguns têm a sorte de passar a idade adulta sem problemas adquiridos na juventude; a maioria, não. De problemas digestivos a enxaquecas, passando por colesterol alto, hipertensão, obesidade, diabetes e outras doenças mais, muitos da minha idade hoje tem colhido o triste fruto da má alimentação. É bem verdade que o sedentarismo tem sua gorda parcela da culpa, mas não éo único culpado.

Assisti a uns documentários recentemente sobre o assunto. Também fiz pesquisas na Internet sobre os diversos tipos de alimentação e dietas da moda. Li a respeito de mitos e verdades absolutas um tanto quanto questionáveis. A seguir, destaco minhas descobertas: (incluir vício: açúcar, gordura, cafeína, gordura)

1) Os seres humanos são os únicos mamíferos que consomem leite na idade adulta. O leite não é próprio para nosso organismo já desenvolvido digerir todos os dias. Por essa razão muitas pessoas desenvolvem intolerância à lactose. A quantidade de cálcio fornecida pelo leite pode ser encontrada em outros alimentos.

2) O café pode interferir e até atrapalhar a absorção de nutrientes como o ferro e o cálcio. Então, o famoso café com leite não passa de uma brincadeira - cálcio dentro, cálcio fora.

3) Alimentos processados e industrializados possuem conservantes, corantes e todo o tipo de produto químico capaz de mexer com nossa mente de maneira a nunca recusar tais comidas e até preferi-las.

4) A quantidade de proteína recomendada para a alimentação diária de uma pessoa pode ter sofrido intervenção da indústria alimentícia.

5) Se isso acontece com as taxas de proteína, pode muito bem ter acontecido às quantidades de minerais, vitaminas, carboidratos e etc. Podem ter sido manipuladas para servir aos interesses de empresários.

6) A ingestão de produtos orgânicos é o ideal, porém na impossibilidade, vegetais e legumes não orgânicos ainda são melhores do que o alto teor de componentes químicos concentrado nos alimentos industrializados - mesmo que tenham agrotóxicos. A concentração deste, além de menor, pode ser minimizada e até eliminada simplesmente lavando e conservando bem os alimentos. Dessa maneira, é possível diminuir os riscos à saúde.

7) A combinação deliciosa de açúcar e gordura é a verdadeira responsável pela obesidade. Assim como ficamos viciados com café ou chocolate, também nos viciamos com o açúcar, a gordura, o sal... Mas é o que todo mundo adora comer!

8) Somos convencidos de que não ingerimos nutrientes e vitaminas suficientes através da alimentação para enriquecer os fabricantes de suplementos.

9) O adoçante faz tanto ou mais mal do que os refrigerantes. Podem causar câncer. É irônico pensar que muitas pessoas preferem o adoçante por pensar estarem fazendo a escolha mais saudável...

10) Informações como o consumo regular de alimentos naturais, comer de 3 em 3 horas, beber muita água e fazer 30 minutos diários de exercícios físicos realmente fazem a diferença quando aliados a melhores opções alimentares.

Não tenho aqui a pretensão de ensinar ninguém o que deve fazer à mesa. A escolha é de cada um, volto a afirmar. Começamos a jornada alimentar com os olhos e, depois de passar pela nossa mente, chega finalmente aos nossos pratos, bocas e estômagos. Somos iludidos, enganados todos os dias a querer o que nos faz mal. A comprar algo que não precisamos, a consumir indiscriminadamente. Pelos comerciais na TV, de supermercados cujo porta-voz é o artista famoso; pelas pessoas próximas que nos criticam quando decidimos romper com tudo isso e investir, enfim, na mudança; por nós mesmos que às vezes pensamos: "Ah! Só um pouquinho não vai fazer mal!" No momento em que estamos nos deliciando com os quitutes de Nabucodonosor, enchendo a pança, felizes, com um largo sorriso no rosto, não pensamos que estamos permitindo a entrada de muitas e diferentes doenças em nossas vidas. Não precisamos pensar; APENAS MASTIGAR E ENGOLIR. Afinal, se não podemos comer nada porque tudo faz mal, vamos viver de quê? Infelizmente (ou felizmente, depende do ponto de vista) para muitos, a sensação, o sabor é o que importa. Ainda que artificial.

Até mais!

Texto inicialmente publicado como nota em minha página do Facebook em 22 de agosto de 2017.

Histórias do papai... sobre mim




Ontem foi dia de comemorar junto aos pais. É certo que dia de pai (ou de mãe, que foi em maio) é todo dia. Mas neste que é dedicado a felicitar os pais, filhos entregam presentes comprados ou confeccionados, abraçam, beijam e passam um tempo com o pai. Embora eu ache que fazer tudo isso apenas uma vez por ano não é o ideal, pelo menos ainda serve para alguns desalmados lembrarem-se de seus pais... Críticas à parte, passei um dia muito bom junto de minha família, aproveitando este Dia dos Pais.

Sim, teve presente! Sim, ele gostou. Sim, teve comida boa! Sim, todos gostamos e nos divertimos, fazendo, comendo, conversando e rindo um bocado. Meu pai ficou tão feliz com o presente que nem reparou na sobremesa: pudim, seu doce favorito.
Durante todo o dia, lembrei de histórias vividas com meu pai, algumas das quais só lembro apenas do relato feito por ele. Contarei aqui, resumidamente, apenas três das muitas histórias que ouço desde pequena e nunca canso de ouvi-las.

Meu pai conta (não sei se é verdade) que quando ele me trouxe do hospital para casa, logo que nasci, ele fechou a mão e deu-me uns “cocorutos” na minha testa. Essas batidinhas (que entendo como cascudos) segundo ele foram responsáveis por deixar minha testa levemente achatada na parte esquerda. Uma variação dessa história é a queda que sofri e, segundo ele, foi responsável pela minha testa amassada. Não sei bem se aconteceu, pois ele sempre conta em meio a sorrisos, como se fossem causos do Nordeste. E eu apenas fico ouvindo, imaginando-me cair e bater com a cabeça, outrora sendo já antecipadamente corrigida por minhas travessuras.

Outra história que gosto muito de ouvir meu pai contar é a da igreja. Como minha mãe trabalhou em Copacabana antes do meu nascimento, fui batizada numa igreja católica lá. Acontece que, quando eu tinha uns dois anos, meus pais foram assistir à missa, eu com eles. Como é costume das crianças que vejo por todos os lugares onde vou, eu não parei um segundo: corri para frente da igreja, em direção à porta, para frente e para trás sem parar. Muitos fiéis, ao invés de acompanharem a missa, ficavam olhando para mim; totalmente compreensível. Até que o padre se enfezou comigo e pediu, pelo amor de Deus, para os pais da criança pegarem-na no colo e se retirar porque ela, neste caso eu, estava atrapalhando a missa. Pois é, amigos... Com dois anos fui expulsa de uma igreja por perturbação e desordem! Não quero aqui julgar o padre, mas, quando o meu pai conta essa história, fico imaginando ele correndo atrás de mim pela igreja. Para mim é engraçado, para ele não. Nunca mais meu pai foi à missa.

Gosto muito de ouvir meu pai contar a história do pacote de biscoito. Ele diz que, quando meu irmão e eu éramos pequenos, estávamos passeando por São Cristóvão, quando meu pai comprou-nos um pacote de biscoito. Não dois, UM! Ele diz que foi uma briga danada! Ora eu puxava o pacote, ora meu irmão. Gritávamos como se estivéssemos guerreando por um grande tesouro. Todos na rua olhavam para a situação. Meu pai, que não tinha na época dinheiro para comprar outro pacote de biscoitos, ficou ali, sem saber o que fazer. Até que um vendedor ambulante ofereceu-lhe um saquinho. Meu pai retirou metade dos biscoitos do pacote original e colocou no saquinho, dando um a cada um de nós. Pronto! Fim da gritaria!

Poderia contar inúmeras histórias. Sei todas de cor. Isso porque, assim como no passado, meu pai esteve presente, vivenciando conosco experiências, conversando, corrigindo, divertindo-se, educando. Meu pai transmitiu-me valiosos ensinamentos. O mais importante deles, a união da família. Estar junto, ajudar-se mutuamente, cuidar, amar. É por essas histórias, por outras antigas e recentes, que louvo a Deus pela vida do meu pai. E peço a Deus que nos conceda inúmeros e incontáveis momentos juntos para novas histórias a contar!
Amo você, pai!



Texto inicialmente publicado como nota em minha página do Facebook em 14 de agosto de 2017.

Lobos entre nós





O mundo está cheio de lobos. Algumas pessoas percebem e convivem com isso. Outras são inocentes e se deixam enganar. Mestres na arte do fingimento, os lobos não se revelam e podem estar a seu lado na escola, no trabalho, no curso, na rua onde mora, até mesmo dentro de sua própria casa. Lobos passam fácil por bom samaritanos, bem intencionados que são... Muito astutos, usam sua lábia para convencer e encantar. Logo, você está enredado numa teia da qual não sairá facilmente. Sou pessimista? Bem, vejamos.


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Num bonito dia de inverno, uma mulher voltava do trabalho. Depois de uma jornada de trabalho cansativa, tudo o que Helena queria e precisava era de um bom banho e de um descanso mais do que merecido. Ao atravessar a rua em frente ao lugar onde trabalha, viu uma senhora idosa acenando, vindo em sua direção. Negra, baixa, magra, a senhora trazia em sua mão um papel, balançando-o para chamar sua atenção. Quando Helena se aproximou da senhora, esta com voz trêmula e fraca, perguntou:
- Minha filha, você pode, por favor, ler este papel para mim porque não enxergo sem meus óculos?
- Sim, senhora. - Respondeu Helena.
Era uma fatura de cartão de crédito. A senhora, então, pediu: - Veja para mim o valor a pagar. - Quando Helena observou melhor o papel, viu que o total era um valor muito alto. Quase um salário mínimo, muito para aquela humilde senhora. Helena informou à senhora que, assustada, logo disse se tratar de um erro. A idosa solicitou que Helena lesse toda a descrição de gasto e ela o fez. Ao ler, a moça ficou chocada: gastos com celulares, compras na internet, transporte particular... despesas que, certamente, não foram feitas pela pobre senhora diante dela.
E então, depois de aconselhá-la a procurar a administradora do cartão para resolver esse equívoco, Helena ouviu da senhora algo que a deixou pensativa: - Foi minha neta! E minha filha também! Vou procurar e colocar as duas na cadeia!
Deixar a avó, a mãe, quase sem sustento para manter luxo, futilidades, vaidades?!? Como essas, tem um monte por aí. Pessoas inescrupulosas que enganam, roubam, furtam... fazem de tudo para conseguir o que querem, sem se importar se estão magoando ou ferindo alguém. Helena ficou triste por esta senhora e por todos os outros que passam por situações semelhantes. No entanto, alegrou-se por não ser interesseira como aquelas duas.


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História verídica. Nome e detalhes alterados para preservar a identidade dos envolvidos.



Texto inicialmente publicado como nota em minha página do Facebook em 8 de agosto de 2017.

Feliz Aniversário, Harry!





Não é preciso ser um gênio ou ter sexto sentido para perceber que sou fã da saga Harry Potter. Já citei em textos anteriores personagens, frases e situações dessa série de livros e filmes que amo. Se você que está lendo não é fã, pode parar por aqui. Sugiro que procure outra coisa para fazer.

Desde que conheci a história Harry Potter sou fã. E sempre serei, não dá para mudar isso. Particularmente, desconfio muito de quem não é fã de nada: artista, livro, filme, série, banda de música, autor, atriz, ator... alguém que não se identifica com nada, que gosta só um pouco de todas as coisas é muito estranho. Somos seres sociais, na maioria dotados de empatia, capazes de nos identificarmos com o outro, real ou ficcional. É por isso que, quando encontram na rua o vilão ou a vilã da novela, idosas xingam e até agridem o artista confundindo-o com o personagem odiado. Há, sim, quem odeie o Harry; talvez até mais que o Lord Voldemort. Mas há também outros incontáveis que o amam, que o defenderiam e o seguiriam até o fim. Esses, como eu, não pensariam duas vezes ao entrar na Armada de Dumbledore!

Não sou uma expert no assunto. Apesar de já ter lido os livros algumas vezes e de ter assistido aos filmes muitas vezes mais, não sei tudo; sempre surge uma dúvida, algo que escapa da memória e deve ser lembrado. Nessas horas posso contar com uma legião de fãs nas comunidades na Internet para esclarecer dúvidas, lembrar do fato esquecido. Fã de Harry Potter é solidário. Ajuda os outros não só em questões de nossa história favorita, mas também em outras questões como estudos, dificuldades, apoio... amizade. Aliás, penso que o verdadeiro fã mantém viva no coração a essência da obra de J. K. Rowling: o poder da amizade. Ela, que também aniversaria hoje junto com sua mais famosa criatura, mostrou-nos que a amizade é a força que precisamos para seguir em meio a um mundo tenebroso e sombrio. Que a amizade é a importante expressão de uma magia antiga - o amor.

Em comemoração ao aniversário do bruxo mais famoso de todos os tempos, quero lembrar aqui dos meus amigos e mandar para todos um super beijo, em especial para Adriano Costa, Patricia Lima, Elaine Pereira e Angélica Braga. Espero que nossa amizade seja como a de Harry, Rony e Hermione. Espero que apesar da distância, às vezes, nunca deixemos de nos importar, de nos preocupar uns com os outros... ou de amarmos uns aos outros. Não somos um trio, mas guardo comigo um desiluminador que une o meu coração ao de vocês sempre que me sinto para baixo. Mesmo parecendo algumas vezes ter a amplitude emocional de uma colher de chá, no fundo estou aqui para o que precisarem, com uma espada para defendê-los, se for preciso.

AMO VOCÊS, AMIGOS!

AMO DE MONTÃO!

E Feliz Aniversário, Harry!

Feliz Aniversário, J. K. Rowling!

Obrigada por tudo!






Texto inicialmente publicado como nota em minha página do Facebook em 31 de julho de 2017.