Olá, amigos!
Excepcionalmente o texto de segunda ficou para hoje por motivos pessoais. Desde já, minhas sinceras desculpas. Tenho tentado, religiosamente, mas imprevistos acontecem e mudam nosso rumo para outra direção.
Na semana que passou, vi umas postagens no Facebook que foram compartilhadas por amigos, conhecidos ou mesmo publicações sugeridas, não lembro bem, falando sobre adultos adquirindo bonecos e bonecas. O que para uns é coisa de colecionador, para outros é solução de problemas. E há ainda aqueles, como eu, para quem essa aquisição é coisa de desequilibrado. Explico.
O medo não é bom conselheiro. Faz com que fiquemos paralisados; não esboçamos reação frente ao perigo eminente. Ou ainda, faz-nos tomar decisões sombrias, preocupantes, tenebrosas... O medo, já dizia o Mestre Jedi Yoda, leva-nos ao lado sombrio da força. E quando o medo é associado à solidão, pode ser catastrófico.
É aí que entram as postagens que li e assisti. A primeira, uma reportagem que falava de japoneses, na casa dos 50 anos, que procuram saciar suas carências emocionais, sociais e sexuais com bonecas. Bonecas de silicone têm sido vendidas para homens viúvos, separados ou qualquer outro que queira uma companhia. Satisfação garantida. Muito mais avançadas do que as antigas bonecas infláveis, as de silicone são equipadas com boca e vagina desmontáveis. As dificuldades da vida a dois solucionadas como num passe de mágica! Elas não recusam, não falam (e por isso não reclamam), aceitam tudo. Fácil!
Inclusive li o relato de um homem que comprou sua boneca, dorme com ela, compra-lhe roupas, perucas, leva ao parque para pique-niques e passeios... chegando ao cúmulo de dividir o mesmo teto com a ex-mulher e a boneca. Isso sem falar na filha do casal que pega roupas da boneca “emprestadas”. Simplesmente uma válvula de escape para problemas que este homem tem, não sabe resolver, nem sabe onde procurar ajuda.
Além dessa reportagem, assisti a um vídeo em que uma mulher recebia ansiosamente uma encomenda. Tratava-se de um boneco de silicone semelhante a um recém-nascido. No vídeo, a mulher abre a caixa de papelão, retira o embrulho, desenrola e revela o boneco com sua roupinha de bebê. Ela retira toda a roupa revelando a semelhança do boneco a um bebê. É assustador! Uma voz questiona a respeito do nome e a dona do boneco responde acrescentando: “É meu filho”. Mais assustador ainda.
Que há pessoas que colecionam todo tipo de coisas e objetos, eu entendo. Eu mesma tenho uma coleção de filmes e livros. Entretanto, quando pessoas humanizam objetos, algo está errado. Especialistas já recriminam os donos de animais de estimação que tem o costume de humanizar seus bichinhos. Eu faço isso! E estou sempre me policiando para não tratar o animal como pessoa. É difícil, mas nem tanto! Agora, objetos?!? Algo que não se move nem emite som próprio, sem ser mecânico ou eletrônico, que não sente dor, nem frio, nem se alimenta?!?
Depois de pensar sobre essas postagens senti medo. Não medo de me tornar uma pessoa assim, mas medo das peças que nossa mente pode nos pregar. Essas pessoas resolvem suas carências com produtos de tecnologia avançada porque, na verdade, estão doentes emocional e socialmente. Falta preparo mental, tato social, sensibilidade. Falta um pouco de curiosidade, coragem e espírito de aventura. Se procurar alguém que ajude, é possível encontrar! Se procurar uma solução para um problema, ela se apresentará! Mas o maior entrave é NÃO ADMITIR QUE O PROBLEMA ESTÁ EM SI. Dessa maneira, avançam na direção errada fazendo de um cisco uma bola de neve gigantesca.
Voltando para o início deste texto, o medo não me paralisou. O medo foi superado pela certeza de que devemos nos cercar de quem amamos. Perceber nossos erros e dificuldades pode até ser difícil, mas quando observamos aqueles que se importam conosco, tudo fica mais fácil. Podemos enxergar neles, ou mesmo ouvir deles, coisas que sabemos e não queremos admitir. E, uma vez que percebemos e abrimos nossa mente e nosso coração, podemos avançar, evoluir um pouquinho seja na mente, no corpo ou no coração. Ninguém está de fato, totalmente, sozinho no mundo. Esse é o pulo do gato. Não se deixar dominar pelo medo nem se enganar pela falsa sensação de solidão.
Profundo isso... Até a próxima semana!
Texto inicialmente publicado como nota em minha página do Facebook em 11 de julho de 2017.
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