Crítica: O Homem Mais Inteligente da História





Olá, você que começou a ler este texto sem saber bem o porquê! Olá, você que viu uma nova postagem minha e curtiu (mesmo sem ler)! Olá para todos!

Durante este ano, vasculhei minha estante e anotei o nome de todos os livros que comprei e ainda não havia lido (por falta de tempo, obviamente). Resolvi colocar os papeizinhos em uma xícara e sortear ao longo do ano, conforme vou concluindo cada leitura. Sempre que termino um, lá vou eu sortear um próximo companheiro da minha xícara de CAFÉ COM LEITURA. É um projeto pessoal para que eu tenha uma disciplina maior como leitora. Sei que há títulos que, com certeza, são responsáveis por narizes torcidos... Mas, são livros que me chamaram atenção por algum motivo, foram adquiridos e livro foi feito para ser lido. Não tenho o hábito de interromper a leitura quando não gosto do que estou lendo. Leio até o final para formar uma opinião a respeito da obra completa, não apenas de parte dela. De certa forma, foi o que aconteceu com o último livro que li, O Homem Mais Inteligente da História de Augusto Cury. Parte de mim gostou, não do livro como obra, mas de sua essência, do que motivou Cury a escrevê-lo. Gostei muito disso. A outra parte de mim detestou. Não posso evitar. Achei a narrativa fraca e é sobre essa experiência e minhas impressões sobre o livro que falo nesse texto.

Todos os conceitos e pensamentos abordados neste livro já haviam sido pormenorizados em uma série anterior de livros chamada Coleção Análise da Inteligência de Cristo. São obras nos quais o autor, antes ateu, demonstra suas descobertas ao pesquisar o personagem Jesus Cristo sob a perspectiva da psicologia, da sociologia, de sua condição humana, não como divindade. Os livros, didaticamente bem estruturados, traz os conceitos e o embasamento analisados e expostos de maneira competente. Tenho os dois primeiros dessa série e pretendo adquirir os demais.

No entanto, o objeto deste texto, embora de essência relevante, parece-me uma desculpa para vender mais livros sobre uma mesma temática, apenas utilizando-se um formato diferente: o romance. É além de uma tentativa de massificar seu conhecimento sobre o personagem em questão, uma maneira mais fácil para compreensão de alguns leitores que rejeitam livros de autoajuda.

Ok! Você pode até pensar assim: -”E quem ela pensa que é para escrever isso??? Que trabalho ela publicou para emitir tais opiniões???” E eu responderia: - “Nenhum. Fique à vontade para parar de ler agora!” O que eu quero mesmo dizer é não sou obrigada a gostar de algo só porque um montão de gente gosta!

Mas, continuando o raciocínio depois dessa interrupção intempestiva de mim mesma, mesmo errando a mão quanto ao formato (na minha opinião, desnecessário), com diálogos inverossímeis do cotidiano de pessoas comuns (inclusive com falas absurdamente artificiais de crianças e adolescentes - quando sabemos bem que não se exprimem daquela forma), fiquei encantada com a sensibilidade e o cuidado com que a pessoa Jesus foi estudada e analisada. São observações e apontamentos que, embora inovadores, estavam ali o tempo todo! Bem debaixo dos nossos narizes! Parece que estavam aguardando por alguém capaz de se reinventar para descobri-los.

Assim sendo, numa escala de 0 a 5, na minha humilde avaliação, O Homem Mais Inteligente da História de Augusto Cury leva nota 3. Por causa da verossimilhança que não foi observada, com diálogos e situações surreais para justificar a pesquisa do personagem Marco Polo (nome escolhido por um motivo bem óbvio). A identificação do leitor com esse personagem não acontece. Embora tenha reflexões profundas, o leitor não consegue se identificar com o protagonista porque, em grande parte da obra, Marco Polo é quase elevado a categoria de divindade. Além disso, a leitura do primeiro capítulo causa um impacto minimizado (quase destruído) pelos capítulos seguintes, tornando-os cansativos. A inconstância da obra é constatada quando o autor retoma parte do encanto provocado nas primeiras páginas já no final, nos últimos capítulos. Somente nas últimas páginas, o autor consegue instigar o leitor a olhar Jesus com outros olhos, vê-lo como “o” melhor e maior representante da humanidade, para além de sua divindade. O livro desperta naqueles que não acreditam em Jesus o respeito pelo homem que ele foi, por seus pensamentos e atos. Vale a leitura, mesmo acreditando que, como romancista, Augusto Cury é um excelente psicólogo.


Até a próxima segunda!


Texto inicialmente publicado como nota em minha página do Facebook em 3 de julho de 2017.

Nenhum comentário:

Postar um comentário