O bom liderado





Por um lapso de memória, esqueci-me de postar minha nota semanal ontem. Não posso dizer que lamento porque o feriadão foi muito bom e fiquei completamente desconectada de tudo. Voltar à rotina, embora necessário, às vezes é demorado (rsrsrs). Mas já estou aqui para corrigir esta falha que, certamente, não foi notada por ninguém.

Sem mais delongas, vamos ao texto!

Há alguns anos vem sendo divulgada nas igrejas evangélicas a Teoria da Prosperidade. Basicamente, Deus nos criou para ser coroa da criação, para dominar sobre tudo na terra, no céu, no mar... “Deus nos criou para ser cabeça e não cauda!” - É a sentença mais divulgada deste pensamento. Não tenho nada contra o conceito. Só não acredito que ele tenha sido bem explicado; na verdade, talvez ele não tenha sido compreendido pelos fiéis. Digo isso porque ninguém quer ser mandado. TODO MUNDO hoje quer mandar. Como se mandar fosse fácil e para todos...

Há dois tipos de liderados: o que se deixa liderar e o que não se deixa e é inevitavelmente liderado. Entre todos eles, há aqueles que estão vivenciando experiências e aprendendo para quando eles mesmos forem líderes; e há os que não servem para o comando e se acomodam ou aceitam sua posição na hierarquia de determinado grupo. O fato é que o bom liderado não é um ser ignorante, desprovido de inteligência, o famoso “pau-mandado”. O bom liderado é inteligente, questionador, dialoga com seu líder (quando este canal está aberto), respeita seu líder e, mesmo não concordando, entende o objetivo de suas orientações e as executa. O bom liderado reflete sobre as ações do líder e as próprias. Sente desejo de crescer, aprender e, por isso, busca seu líder. O bom liderado tem prazer em ver algo em que está envolvido se desenvolver bem sob a orientação de seu líder.

No entanto, muitas vezes, quando os problemas aparecem, os liderados sempre são apontados como culpados. Mas em alguns casos não são culpados. E, às vezes, eles são sim; por insubordinação, teimosia, desrespeito... Falta humildade, carinho, respeito, responsabilidade, compromisso... Muitos liderados são rebeldes sem causa. Sentem prazer em contrariar seu líder. Alguns até fazem de tudo para atrapalhá-lo. Não o bom liderado. Este permanece comprometido com o sucesso da empreitada apesar de possíveis diferenças de opiniões com seu líder. Há ainda aquele que “está no barco” e não concorda, mas também não “põe lenha na fogueira” para “ver o circo pegar fogo”! É bem verdade que, nessas condições, o barco afunda! Mas aqui cabe a atuação do líder para motivar o liderado, assunto que já mencionei em outro texto há duas semanas.

Infelizmente, alguns liderados se acham melhores e mais capazes do que os seus líderes. Eles querem ser líderes sem ver o outro lado da moeda, sem experimentá-lo. Digo o seguinte: nem todos são chamados à liderança. Muitos querem e nunca serão. E os que conseguirão, não desempenharão bem esta função porque não nasceram para isso. E mais: aqueles que querem ser líderes a qualquer custo, que não aceitam a submissa posição de liderado, nunca serão bons líderes, se vierem a ser.

Para concluir, veio-me à cabeça a lembrança da pregação do meu pastor na igreja, no último domingo. Discorrendo sobre João 21:1-18, ele falou sobre os discípulos que voltaram às suas atividades de pescadores depois da morte de Jesus. O Mestre aparece para eles na praia e os manda lançar novamente as redes. Apesar de sempre terem executado aquele ofício e conhecer sobre pescaria, apesar de não terem reconhecido imediatamente Jesus, os discípulos fizeram como Ele lhes havia dito. Fé, meus amigos. Às vezes o liderado precisa ter fé de que tudo vai dar certo.

Até a próxima segunda! (se não houver nenhum lapso, de memória, temporal, ou qualquer outro!)



Texto inicialmente publicado como nota em minha página do Facebook em 20 de junho de 2017.

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