♫ “Nós somos perversos, malvados demais. Bebei, amigos! Yo ho! Eu sou o pirata, sim. Nós extorquimos e saqueamos. Bebei, amigos! Yo ho!...” ♪ (Piratas do Caribe - A maldição do Pérola Negra)
Não há muita diferença entre os piratas do passado e os atuais. Os piratas do século XXI não se locomovem em navios com bandeira de caveira hasteada. Não usam, necessariamente tapa-olho ou dread no cabelo como o famoso Capitão Jack Sparrow dos filmes “Piratas do Caribe”. Em contrapartida, continuam aterrorizando os líderes de inúmeros governos com os milhões que não vão parar nos cofres públicos.
A moeda da pirataria tem duas faces: de um lado os diversos impostos que deixam de ser arrecadados e que poderiam ser utilizados em benefício da população, em áreas como saúde, educação, segurança, moradia, saneamento, etc. E, do outro lado, as pessoas de baixa renda, que a cada dia consomem muito mais artigos, querendo comprar bens fora da sua realidade financeira.
Particularmente, sou contra a pirataria. Os motivos são a qualidade dos produtos comercializados e o que, na verdade, a venda desses produtos sustenta. Quando falam que a qualidade do áudio e vídeo são inferiores e que o uso dessas mídias danifica o aparelho, é verdade. A vida útil de qualquer aparelho diminui com a utilização de produtos piratas. Além do prejuízo que temos ao precisar enviar para a manutenção ou comprar outro aparelho, ainda há os problemas decorrentes de alimentar um “império secreto” que vive de maneiras escusas, praticando atos reprováveis, e na maioria das vezes criminosos, para manter e ampliar sua atuação.
No entanto, ações como a realizada semana passada no Comércio Popular da Uruguaiana no Rio de Janeiro, o conhecido Camelódromo, não são suficientes para acabar com a pirataria. É claro que o combate à pirataria deve ser intensificado. Mas, pergunto: quais as reais razões para o combate? O fato de ser crime? A população lesada que sofre com produtos de qualidade inferior aos originais? A razão é financeira. Os muitos reais desviados que poderiam compor o aumento de 62% dos deputados.
Um problema como esse não se resolve de uma hora para outra. Um caminho longo e difícil seria o da reforma tributária. Mas, como é um assunto que atinge diretamente os interesses de uma minoria, é postergado, esquecido todos os anos nas discussões e deliberações políticas. Outro fator que contribuiria para a redução da pirataria é a distribuição de renda: assunto que assusta a elite endinheirada de nosso país.
Nenhuma dessas discussões e ações terá validade se não houver uma definição clara do termo e um combate ostensivo também na internet. Ora, se copiar conteúdo e fazer download gratuito para uso doméstico também são formas de pirataria, por que então permitir que sites de download permaneçam em funcionamento? Não deveriam estar disponíveis apenas os sites que cobram pelo serviço? Não estou reclamando de conseguir algo de graça, mas, será que a internet é diferente? Será que a seriedade no combate precisa excluir esse canal?
Não me entendam mal. Não disse em momento algum que nunca fiz download; ao contrário, não conseguiria assistir a algumas séries se não fizesse isso. É por isso que pergunto: como acabar com uma prática que é estimulada em sites e blogs?
Há um ditado que diz o seguinte: “De médico e louco, todo mundo tem um pouco.” Digo diferente: De médico, PIRATA e louco, todo mundo tem um pouco!
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