Você não vai acreditar nas coisas que eu acabei de descobrir! É impensável! Inimaginável! Um monte de coisas! Traição, separação, gravidez, homossexualismo... Ok, vou parar de enrolar e começar a contar logo.
Quando chegou em casa, ela não imaginava o que iria encontrar. Havia saído mais cedo do trabalho e pensou que teria mais tempo para preparar o jantar para sua família. Abriu a porta e entrou. Jogou a bolsa sobre o sofá, tirou os sapatos e foi em direção ao quarto. Mas ao se aproximar, ouviu sons. Duas pessoas sussurravam. Uma das vozes era feminina. Ela estranhou o fato e continuou caminhando, agora devagar, como que tentando retardar a constatação. A porta entreaberta permitia que os gemidos ganhassem o corredor. Ela soube o que acontecia. Não queria ver, mas precisava. Preferia que não fosse verdade. Mas ela precisava acabar logo com aquilo, até porque não teria estômago para continuar ouvindo mais...
Caminhando na rua ele encontrou o amigo. Disse que as coisas não iam bem. Ele havia saído de casa, pois a situação estava insustentável. Alugou um quarto e não pensava mais em retornar. Ficou triste por não ver mais a filhinha pequena, de três anos. Sabia que seria difícil brigar na justiça por qualquer coisa. Ele disse que esperaria a poeira baixar antes de conversar com a ex sobre a menina, pensão, e tudo o mais. Por enquanto, ele não queria pensar em nada...
Aos quatorze anos, ela ficou desesperada. Os pais nem sabiam que ela namorava. E agora mais isso! Como iria contar que estava grávida? Uma vez seu pai falou que se ela aparecesse assim em casa, ele a arrebentaria de porrada. A mãe, coitada, trabalhava o dia todo em casa de família fazendo faxina e não tinha tempo de cuidar da filha. A garota ficava na rua o dia inteiro... pois é, deu no que deu. Será que não seria melhor fugir? Ir para a casa de uma amiga até que a mãe soubesse e acalmasse seu pai? Ela não sabia. Não sabia de nada. Nem ao menos se o pai do bebê que esperava, um adolescente da mesma idade, iria assumir a criança. As crianças... O que ela não sabia, aos quatro meses de gestação, é que esperava gêmeos...
Depois de tantos anos casado, de três filhos criados, adultos, ele finalmente admitiu que sentia atração por outros homens. Admitiu para si mesmo. E agora enfrentava uma luta para não mais viver na mentira. Não que ele não gostasse da esposa e dos filhos. Ele os amava muito. Mas como continuar fingindo ser algo que ele não era? Como contar a verdade aos outros? Como eles iriam reagir? É, pimenta nos olhos dos outros é refresco... ele não pensava que passaria por isso. Mas, e agora?
Você achou mesmo que eu exporia alguém? Sabe de nada, inocente!
Texto inicialmente publicado como nota em minha página do Facebook em 13/02/2017
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