E o Oscar vai para...???



A noite mais esperada pelos cinéfilos de plantão e principalmente para os profissionais envolvidos na premiação aconteceu na noite passada avançando pela madrugada de hoje. Televisionado pela TNT, o show teve momentos inusitados, inesperados, chocantes, emocionantes e muito, muito mais.

A entrada de turistas durante a premiação foi um barato! O choque dos visitantes ao perceberem onde estavam e, principalmente, COM QUEM estavam, valeu. Até porque, nunca antes haviam permitido a entrada de “pessoas comuns” no teatro durante a festa de entrega dos prêmios. Os celulares nas mãos, os cumprimentos aos atores e atrizes... Senti-me no lugar daqueles meros mortais que conseguiram participar de alguma forma de um momento memorável. E bota memorável nisso.

As tiradas sarcásticas do apresentador em relação às recentes declarações do presidente direcionadas à “superestimada” (hahaha) vinte vezes indicada ao Oscar, famosíssima, diva Meryl Streep foram sensacionais. Assim como de outras menções ao muro... aos jornalistas que não têm permissão para noticiar fatos mentirosos... Eu sabia que ia rolar. Houve até fuxico no Twitter do presidente... hilário.

Justin Timberlake abriu o Oscar com sua canção concorrente ao prêmio pelo filme Trolls. Durante a festa, vimos as apresentações de Sting, da atriz cantando a música tema de Moana e John Legend com as canções concorrentes pelo filme La La Land. Na minha opinião, os prêmios de melhor trilha sonora e melhor canção certamente seriam entregues ao musical mais badalado do momento. Barbada!

As atrizes estavam muito elegantes. Destaco a atriz Viola Davis, simplesmente divina! As atrizes do filme Estrelas além do tempo também estavam muito bem. Sobretudo a maquiagem da atriz Janelle Monáe, lindíssima. Destaque também para a escolha do vestido longo com decote em v da atriz Amy Adams. Não há muito o que falar sobre os atores nesta questão. No entanto quero destacar o ator Seth Rogen com o par de tênis do filme De volta para o futuro e o cabelo de Casey Affleck, acompanhado de sua barba rendeu o comentário “não é nenhum vagabundo” pelo apresentador Jimmy Kimmel.

Os momentos mais engraçados da festa ficaram por conta do apresentador sacaneando o ator Matt Damon. O auge dessa situação foi quando Matt e Ben Affleck foram apresentar um dos prêmios de melhor roteiro. Enquanto Damon falava, os músicos tocavam cada vez mais alto para impedir que o ator fosse ouvido pelo público. Matt reclamou que ele apenas apresentava o prêmio e que os trinta segundos são para os vencedores em discurso. Mas Kimmel não deu a mínima e continuou regendo os músicos. Ha!

Até a metade da festa, eu estava perdendo o bolão aqui de casa por 9 x 6. Isso porque esse ano foi muito equilibrado. Os filmes, atores, atrizes e demais profissionais executaram excelentes trabalhos elevando a qualidade das produções. Mas antes do encerramento da festa eu já havia passado a frente.

Tirando os prêmios óbvios mencionados acima, acertei alguns ao analisar críticas, publicações e o resultado de premiações anteriores ao Oscar. Levei em consideração também a história das premiações em alguns casos. No caso de Denzel Washington, parecia certo uma nova estatueta para o ator. Levando-se em consideração casos de escândalo envolvendo Casey Affleck. Mas sua atuação tão elogiada e já premiada se sobrepôs às manchetes. Não sei bem se na briga venceu o profissional sobre o pessoal. Acho mesmo que os membros da academia já tinham votado antes de tudo vir à tona.

Acertei a maioria dos principais prêmios: melhor diretor, ator, atriz, ator coadjuvante, roteiro, roteiro adaptado. Também acertei os vencedores nas categorias melhor animação, documentário em longa, documentário em curta, edição de som, mixagem de som e melhor maquiagem. Mesmo tendo apostado errado em Naomi Harris, gostei muito de Viola Davis ter ganhado o prêmio por sua atuação em Fences (apesar de eu ainda não ter assistido ao filme). Ela é uma lutadora. E nunca estive mais feliz por estar enganada ao ver Animais Fantásticos e Onde Habitam levar a estatueta de melhor figurino. Confesso que não acreditei muito, pois eles sempre arranjam um jeito de sacanear os filmes que apreciamos. Prêmio merecido. Acertei também o de melhor maquiagem para Esquadrão Suicida (depois de todas as críticas ruins ao filme, tsc tsc tsc)

No total de prêmios (os principais) ficou assim: La La Land (6), Moonlight (3), Manchester by the sea (2), Até o último homem (2), Fences, Zootopia, A chegada, Esquadrão Suicida, Animais fantásticos e Onde Habitam e Mogli, cada um com um prêmio. Os injustiçados foram muitos: Estrelas além do tempo, A qualquer custo, Lion, Rogue One, Denzel Washington, Viggo Mortensen, e os que nem foram indicados: a direção de Denzel Washington, a atuação de Amy Adams e do pequeno ator em Lion, Sunny Pawar.

Mas a pergunta que não quer calar é: o que aconteceu no anúncio do grande vencedor da noite? A empresa responsável pela festa se pronunciou pedindo desculpas pela troca dos cartões. Foi uma gafe monumental! Um mico histórico! Aqui em casa rolou até teoria da conspiração kkkkkk. O fato é que Moonlight venceu o Oscar de melhor filme de 2017. Não assisti ainda ao filme, mas pretendo. Pelo que li a respeito, foi um prêmio merecido. Espero poder tirar logo minhas próprias conclusões. Até lá, ficarei com a lembrança do momento mais constrangedor da noite. Sério, ainda estou passada! Até porque, minha principal aposta era que La La Land venceria. Pois é, quem entende a Academia de Artes Cinematográficas???

P.S.: Donald Trump deve ter adorado os vencedores dos prêmios de melhor ator e atriz coadjuvantes (negros), melhor filme estrangeiro (iraniano), melhor documentário em curta metragem (sobre a Síria) e o prêmio máximo da noite, melhor filme; produção sobre negros abordando homossexualismo, uso e tráfico de drogas... rsrs


Texto inicialmente publicado como nota em minha página do Facebook em 27/02/2017

Com o coração na panela



Um dos maiores prazeres da vida é comer. Saborear os mais variados alimentos, in natura ou preparados através da arte da culinária. Não sou "a melhor" na cozinha, mas sei me safar.

Comecei a gostar de cozinhar quando assistia a programas de culinária na TV. Na época, Ana Maria Braga era de outra emissora, e eu não perdia um programa. Depois comecei a pesquisar em livros. Não tinha acesso a internet, muito menos computador. A mãe de uma amiga muito querida possuía vários volumes de livros com centenas de receitas. Cada uma mais interessante do que a outra. E foi aí que me apaixonei. Preparar um prato diferente, daqueles que não se come todo dia, passou a ser um hobby.

Tamanho é o prazer, que esqueço o tempo, problemas, tudo. Este é um momento único. Não se repetirá. É preciso atenção para não errar. Mas o que faz esse momento tão especial não é apenas o ato de cozinhar. É também o para quem se cozinha. Quando um familiar ou amigo prova aquele quitute e sorri... Quando, depois da primeira garfada, te parabeniza... Quando não se satisfaz com um único pedaço e pede bis... É maravilhoso. A sensação de cozinhar para alguém faz com que queiramos o melhor. O prato mais perfeito. A refeição mais deliciosa. A satisfação é em dobro.

Não sou uma mestre-cuca. Sou apenas uma pessoa que cata receitas na internet para alegrar o paladar alheio. O segredo não são pitadas de ingredientes secretos... O segredo não é o curso de culinária mais aclamado... O segredo é o AMOR! Colocar o coração na panela. Eis o que faz a diferença. Porque, mesmo que a receita não fique do jeito que você esperava, mesmo que você esqueça algo, você vai se divertir com a situação. Você vai aprender. E vai querer cozinhar outra vez.


Texto inicialmente publicado como nota em minha página do Facebook em 20/02/2017

Fofoca


Você não vai acreditar nas coisas que eu acabei de descobrir! É impensável! Inimaginável! Um monte de coisas! Traição, separação, gravidez, homossexualismo... Ok, vou parar de enrolar e começar a contar logo.

Quando chegou em casa, ela não imaginava o que iria encontrar. Havia saído mais cedo do trabalho e pensou que teria mais tempo para preparar o jantar para sua família. Abriu a porta e entrou. Jogou a bolsa sobre o sofá, tirou os sapatos e foi em direção ao quarto. Mas ao se aproximar, ouviu sons. Duas pessoas sussurravam. Uma das vozes era feminina. Ela estranhou o fato e continuou caminhando, agora devagar, como que tentando retardar a constatação. A porta entreaberta permitia que os gemidos ganhassem o corredor. Ela soube o que acontecia. Não queria ver, mas precisava. Preferia que não fosse verdade. Mas ela precisava acabar logo com aquilo, até porque não teria estômago para continuar ouvindo mais...

Caminhando na rua ele encontrou o amigo. Disse que as coisas não iam bem. Ele havia saído de casa, pois a situação estava insustentável. Alugou um quarto e não pensava mais em retornar. Ficou triste por não ver mais a filhinha pequena, de três anos. Sabia que seria difícil brigar na justiça por qualquer coisa. Ele disse que esperaria a poeira baixar antes de conversar com a ex sobre a menina, pensão, e tudo o mais. Por enquanto, ele não queria pensar em nada...

Aos quatorze anos, ela ficou desesperada. Os pais nem sabiam que ela namorava. E agora mais isso! Como iria contar que estava grávida? Uma vez seu pai falou que se ela aparecesse assim em casa, ele a arrebentaria de porrada. A mãe, coitada, trabalhava o dia todo em casa de família fazendo faxina e não tinha tempo de cuidar da filha. A garota ficava na rua o dia inteiro... pois é, deu no que deu. Será que não seria melhor fugir? Ir para a casa de uma amiga até que a mãe soubesse e acalmasse seu pai? Ela não sabia. Não sabia de nada. Nem ao menos se o pai do bebê que esperava, um adolescente da mesma idade, iria assumir a criança. As crianças... O que ela não sabia, aos quatro meses de gestação, é que esperava gêmeos...

Depois de tantos anos casado, de três filhos criados, adultos, ele finalmente admitiu que sentia atração por outros homens. Admitiu para si mesmo. E agora enfrentava uma luta para não mais viver na mentira. Não que ele não gostasse da esposa e dos filhos. Ele os amava muito. Mas como continuar fingindo ser algo que ele não era? Como contar a verdade aos outros? Como eles iriam reagir? É, pimenta nos olhos dos outros é refresco... ele não pensava que passaria por isso. Mas, e agora?

Você achou mesmo que eu exporia alguém?  Sabe de nada, inocente!



Texto inicialmente publicado como nota em minha página do Facebook em 13/02/2017

Página de um diário





Querido diário,

Hoje quando acordei tive a ideia de ir passear um pouquinho. Saí e encontrei na rua um senhor de cabelo branquinho que me disse “Você esqueceu seu casaquinho”. Voltei para casa e peguei meu casaco rosa. Saí e, ao virar a esquina, uma senhorinha disse: “Minha filha, só está nublado, mas está fazendo muito calor. Por que você não tira esse casaco?” Retirei o casaco e andei mais um pouco. Umas crianças que moram na rua ao lado correram e entraram em suas casas dizendo: “Corre! Vai chover!” Mas eu queria muito passear, voltei em casa e peguei meu guarda-chuva. Novamente na rua, deparei-me com outras pessoas que diziam várias coisas: “Prefiro passear quando o dia está ensolarado”, “Prefiro andar quando o dia está mais fresco”, “Não gosto de andar de chinelos quando está chovendo”, “Está muito calor para andar com calçados fechados”... e por aí vai.

Não sei em que momento, pensei que seria melhor retornar. Sei lá, fiquei desanimada. Mas então, caiu a primeira gota. Estava quente e bateu forte no meu ombro. Depois mais uma, e outra e novamente mais e mais, até que todos na rua começaram a correr para se abrigar. Olhei para todos que corriam e sorri. Achei realmente engraçado. O mais engraçado era o fato de que eu não queria correr. Para quê? Então, peguei meu casaco, meu guarda-chuva e meus chinelos, coloquei-os num cantinho, perto de uns vasos de plantas na porta da casa de alguém que nem conheço e comecei a dançar. No meio da rua. Debaixo de chuva. Dancei até me cansar.


Texto inicialmente publicado como nota em minha página do Facebook em 06/02/2017