Outro conto nordestino: O preguiçoso

Numa certa família nordestina todos trabalhavam, exceto um irmão que era preguiçoso e, enquanto os outros suavam debaixo do sol forte, ele ficava lá, deitado numa rede. A mãe mandava:
- Vai trabalhar!
E ele dizia:
- Eu não! O que tiver de ser meu, vem na minha mão! - Só dizia isso. Não dizia outra coisa.
O tempo passou e, em um sonho, uma alma escolheu dar uma botija de ouro para os dois irmãos do preguiçoso. Então, sabendo a localização, os rapazes foram arrancar da terra a botija. Quando estavam bem perto de retirá-la, um dos irmãos falou assim:
- Esta danada de botija não sai, não?!?
No mesmo instante, o ouro que havia dentro da botija desapareceu. No lugar do ouro surgiram marimbondos. Com medo de serem atacados, taparam rapidamente a botija. Mas, eles não imaginavam que aqueles marimbondos eram apenas ilusão, um castigo da alma pelo xingamento pronunciado. Os irmãos tiveram, então, uma ideia: jogar a botija de marimbondo na cabeça do irmão preguiçoso. Carregaram a botija até a casa, onde o preguiçoso permanecia deitado na rede. Disseram:
- Toma, preguiçoso! Preguiçoso leva é isto mesmo!
Neste instante, a botija se quebrou e centenas de moedas de ouro caíram sobre o preguiçoso enchendo sua rede. E ele retrucou aos irmãos:
- Não falei que o que tivesse de ser meu viria na minha mão!

Dia de ritual

Na contramão dos cinéfilos que buscam atualizar seu repertório de filmes indicados ao Oscar antes da premiação, escolhi assistir um que não concorre aos prêmios. Nesse sábado, fui ao cinema para assistir “O Ritual”.

Dirigido por Mikael Håfström, baseado em fatos reais, o filme conta a história de um agente funerário, aspirante a padre que, por vontade divina, torna-se um exorcista. Em sua jornada de aprendizagem, o seminarista (Colin O'Donoghue) encontra um especialista em exorcismos (Anthony Hopkins) que o orienta por um caminho sem volta. Fé, ciência, dúvidas, certezas, sonhos e pesadelos fazem parte deste filme que desvenda mistérios do mundo espiritual.

A importância dos nomes, das escolhas que fazemos – estar no lugar certo, na hora certa – o confronto entre acaso e forças superiores, cenas de possessão demoníaca e efeitos visuais que tornam o filme mais sombrio, tornam o thriller, um misto de suspense e terror perfeito para um sábado à noite. O filme conta ainda com Alice Braga e Rutger Hauer.

Assim, se você tem coragem e coração resistente, não deixe de conferir nos cinemas “O Ritual”. Descubra o seu lugar no mundo e o tipo de ritual do qual você participa!

Um conto nordestino: A botija de ouro

            Um homem sonhou com uma botija numa casa velha. A casa estava abandonada há algum tempo. O homem perguntou de quem era a casa e descobriu que os filhos do dono tinham viajado para o Rio de Janeiro e que, por isso, o dono não quis mais ficar ali. O homem localizou o dono e perguntou se ele queria vender a casa. O dono aceitou. O homem concordou com o preço pedido pelo dono sem hesitar.
           Então, o homem contratou um trabalhador para ajudá-lo a tirar material daquela construção. Disse que utilizaria o material para outra construção. Aos poucos, tiravam material e derrubavam a casa, até mesmo sua fundação. Quando tiravam uma das grandes pedras da fundação, o homem viu o sinal indicado em sonho por uma alma: um punhal de ouro de cabeça para baixo marcando o local onde estaria a botija com ouro.
           Assim que o homem começou a cavar aquele local, viu uma parte da botija. Astutamente, disse ao trabalhador que pararia um pouco com os trabalhos e que só retornaria depois de umas duas horas porque estava com sono e precisava descansar. Por volta de meio-dia pararam para almoçar. Mas o que o trabalhador não imaginava era que o homem voltaria sozinho para continuar com a escavação. A botija de barro, com um pescoço fininho e a parte inferior arredondada, agora ao seu alcance, foi resgatada do meio de entulhos. O homem foi embora com sua botija cheia de ouro sem se importar com a casa demolida que deixava para trás.

Na quitanda

Uma mulher caminhava por uma quitanda e deparou-se com uma banquinha com frutos diferentes. Como já estava acostumada ao local, estranhou aquele fruto de aparência esquisita. Não parecia com nenhuma fruta conhecida. Nunca havia visto nada daquele tamanho, cor e forma. Intrigada, aproximou-se e pegou uma fruta. Não reconheceu a textura. Cheirou... nada. Pediu, então, ao dono da banquinha, para experimentar; talvez já tivesse provado antes.

Observou que o fruto possuía gomos, era doce e suave. Ao prová-lo, sentiu-se satisfeita, tranquila... muito, muito bem. Nenhum alimento conseguira esse efeito. Geralmente, precisamos comer um pouco mais até termos a sensação de saciedade. - Que fruta é essa? De onde veio? Por que faz a gente se sentir assim? - perguntou a mulher.

"Ah, minha senhora, esta fruta vem de uma árvore chamada Espírito Santo. Um agricultor chamado Jesus plantou a semente num terreno especial - o coração. Ali, a árvore foi regada e tão bem cuidada por Ele, que cresceu e deu estes frutos maravilhosos! Se observar bem, verá que cada gomo tem uma coloração um pouquinho diferente.

O gominho avermelhado é o do amor; o do gozo é amarelo; já o gomo da paz é meio esbranquiçado;  o da longanimidade é verde e o da benignidade, rosa; laranja, o da bondade. O gomo da fé é dourado. O gomo da mansidão é azul e o da temperança, lilás.

Se a senhora quiser levar, o preço é aquele ali da plaquinha: "Arrependei-vos dos vossos pecados". Então poderá levar quantos frutos quiser e também a semente, para plantar em outros corações. Para contactar Jesus basta ligar através da ORAÇÃO. Com certeza ele vai ajudar com o que a senhora precisar!"

A mulher comprou com o arrependimento a semente, plantada agora em seu coração, e os frutos que a alimentarão para sempre. Voltou para casa feliz e satisfeita com a compra realizada, contando para todos alegremente o que havia visto, ouvido e provado.

"Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança." (Gálatas 5:22)

"E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede." (João 6:35)